No dia 12 de abril se comemora em Camaquã o Dia da Prevenção
da Doença Renal Crônica, data em que foi realizada a primeira sessão de
hemodiálise na cidade, no ano de 1990. A Associação dos Transplantados da
Região Centro-Sul – ATC, em parceria com a Nefroclínica vem promovendo a data
que desde o ano passado, através da Lei Municipal 1605 de 2011, integra o
calendário de eventos municipal. “Somente através da conscientização e
prevenção será possível melhorar o prognóstico da doença e a expectativa de
vida desta população. Participar do Dia
da Prevenção da Doença Renal Crônica
é promover e oportunizar uma vida mais saudável para toda comunidade
camaquense”, afirma Dra Scheila Pretto Almeida Thofehrn Médica Nefrologista
Mestre em Nefrologia UFRGS.
A Doença Renal Crônica (DRC) acomete milhares de pessoas e
por sua dimensão é considerada um problema de saúde pública mundial e,
consequentemente, brasileiro. Por definição,
é portador de Doença Renal Crônica todo o indivíduo que, num período mínimo de
três meses, apresentar lesão renal que determine uma filtração sanguínea
inferior a 60%.
Os rins são responsáveis por importantes funções no
organismo: filtrar as toxinas presentes no sangue, regular a formação do sangue
e glóbulos vermelhos, regular a pressão sanguínea, regular a quantidade de água
e manter em equilíbrio as substancias minerais como sódio, potássio e fósforo e
regular a estruturação óssea.
A Doença Renal Crônica determina uma perda lenta e gradativa
da função renal. De acordo com o grau da perda da função renal a enfermidade é
classificada em 5 estágios. Nos estágios iniciais, ou seja, nos estágios 1, 2 e
3, a doença é assintomática. No estágio 4, a doença mostra poucos sintomas. No
estágio 5, também conhecido de Doença Renal Crônica terminal o indivíduo
apresenta: cansaço, fraqueza, inchaço no rosto, nas pernas e abdômen, urina com
espuma, ou escura ou com sangue, sede intensa, dificuldade para urinar e inversão
do hábito de urinar com diminuição do volume urinário diurno e aumento do
volume urinário noturno.
Embora, ainda não existam dados definitivos sobre DRC no
Brasil, estima-se que a doença afeta cerca de 10 milhões de brasileiros
adultos, 90 mil dos quais apresentam falência funcional renal e estão em
tratamento de diálise.
Como a doença em seus estágios iniciais é assintomática as
pessoas ficam sabendo que estão com doença renal crônica quando a função de
seus rins é de apenas 10%. Neste momento são informadas que necessitam realizar
a diálise como única forma de se manterem vivos. Provavelmente, se essas pessoas tivessem a
oportunidade de identificar que eram portadoras de doença renal crônica e que
se tivessem acompanhamento pelo médico nefrologista provavelmente teriam a sua
doença controlada com medicamentos específicos sem a necessidade da Hemodiálise
ou transplante renal. “O diagnóstico precoce da Doença Renal Crônica é a única
maneira que temos de controlar a evolução da doença”, comenta Scheila.
O tratamento da DRC no seu estágio mais avançado sempre se
caracterizou pela alta complexidade da terapia renal substitutiva que são
hemodiálise, diálise peritoneal e o transplante. Além do mais, o custo social
que enfermidade impõe é imensurável uma vez que leva por muitas vezes o
absenteísmo laboral, desestruturação nos núcleos familiares e a queda da
qualidade de vida das pessoas afetadas.
Aqueles que conseguem chegar a realizar a hemodiálise e o
transplante renal necessitam de medicamentos especiais, e acompanhamento por
outras especialidades médicas como, cardiologia, cardiologia intervencionista,
urologia, cirurgia vascular, endocrinologia, pneumologia, psiquiatria, além de
acompanhamento nutricional com alimentação especial, e acompanhamento por
Assistente social, cuidados de enfermagem, transporte etc.
Identificar na população geral quais as pessoas que tem mais
probabilidade de desenvolver a doença e iniciar o tratamento precocemente é um
desafio que justifica uma maior atenção para o problema. Algumas pessoas têm
mais risco de desenvolver a doença do que outras. As pessoas de risco são
diabéticos, hipertensos, portadores de doenças cardiovasculares, história
familiar de Doença renal Crônica, idade igual ou maior do que 60 anos,
obesidade e uso crônico de medicamentos que danificam os rins.
A fim de prevenir e trabalhar sobre o tema a Nefroclínica
vem realizando atividades e participando de eventos como a Abertura da Copa
Santa Auta, e promovendo palestras como as realizadas no Centro de Referência
em Assistência Social Bom Sucesso
O número de pessoas afetadas pela enfermidade aumenta de
forma assustadora, uma vez que a explosão do número de pessoas acometidas por
diabetes e hipertensão arterial nas populações e a ausência de sinais e sintomas
que dificultam o seu diagnóstico precoce justificam a maior atenção que o
problema deve assumir entre a comunidade médica, autoridades governamentais e a
população. “A prevenção da Doença Renal Crônica só é possível através do
diagnóstico precoce o qual é feito com exame de dosagem da Creatinina e o Exame
Qualitativo de Urina”, finaliza.
Blog do Juares com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Camaquã
Fotos: Divulgação
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