Foi isso o que os
bancos alegaram nesta quarta-feira 8 ao Comando Nacional dos Bancários,
coordenado pela Contraf-CUT, durante o segundo dia da primeira rodada de
negociação da Campanha 2012, bloqueando as discussões sobre saúde e
condições de trabalho e as reivindicações dos trabalhadores pelo fim das
metas abusivas e do assédio moral, que estão provocando uma verdadeira
epidemia de adoecimentos nas unidades.
"Os bancos querem naturalizar e individualizar a violência organizacional, como se ela fosse um desvio de caráter e a culpa, em última instância, fosse dos próprios bancários. Nós discordamos disso. Consideramos que o assédio moral é uma questão coletiva, resultado de um modelo de gestão equivocado, gerador de doenças", afirma Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.
Os dirigentes sindicais expuseram essa visão aos representantes dos bancos e reafirmaram a reivindicação de que é preciso que os bancários participem da discussão das metas. "O problema hoje é de violência organizacional. Por que não fazemos uma pesquisa para ouvir os bancários, de modo a efetuarmos uma radiografia conjunta do problema?", propôs Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Os bancos recusaram tanto a realização da pesquisa como a inclusão dos bancários na discussão sobre o estabelecimento de metas. Eles alegam que isso significaria submeter a gestão dos bancos ao escrutínio dos bancários.
“O que vimos foi um festival de nãos”,
informou o representante do SindBancários na reunião, Antonio Carlos
Pirotti. O dirigente observou que os bancos desqualificam dados oficiais.
“A Fenaban finge viver em um mundo paralelo, diz que o salário médio dos
bancários está maior, que criam tantos postos de trabalho quanto o resto
das empresas do Brasil, é um deboche completo”, analisou. Pirotti ainda
chamou a atenção para a suposta vontade dos bancos em discutir temas como
jornada. “Entretanto, só aceitam falar sobre o assunto se for para ampliar
para oito horas. Falar em seis horas para todos, nem pensar”,
conclui.
O representante da Fetrafi-RS, Sandro
Cheiran reforça que os bancários terão que fazer uma grande mobilização
para que os bancos mudem a sua postura na mesa de negociação. "O embate
com os banqueiros tem sido mais duro a cada ano e sentimos isso no
processo de negociação que acabou de iniciar", avalia Sandro.
"Os bancários devem se integrar ao
calendário de atividades promovidas pelos sindicatos. Precisamos de um
movimento forte, calcado na unidade da categoria para mostrar que estamos
dispostos a lutar por aumento real nos salários, melhores condições de
trabalho e principalmente, respeito aos trabalhadores do setor. Os
bancários não podem ser descartados em função das metas de gestão das
instituições financeiras. Convocamos toda a categoria no Rio Grande do Sul
a participar do ato estadual da Campanha Salarial 2012, que acontece no
dia 17, em Porto Alegre. Vamos mostrar aos banqueiros a nossa força de
organização e pressão", finaliza Sandro
Cheiran.
Combate ao assédio moral
Combate ao assédio moral
O Comando Nacional cobrou dos bancos uma
reavaliação do instrumento de combate ao assédio moral previsto na
Convenção Coletiva com adesão espontânea para bancos e sindicatos. "Esse
instrumento precisa ser avaliado. Ele é insuficiente e precisa de ajustes.
Tem havido reincidências e, como é voluntário, não envolve todos os
bancos", destaca Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários
de São Paulo.
Ela citou o caso de sua base sindical, onde há 640 casos de assédio moral registrados, muitos dos quais discutidos em cada local de trabalho, sem utilização do instrumento previsto na Convenção Coletiva. Há casos de respostas-padrão dos bancos que aderiram. "Esse instrumento precisa ser aprimorado", defendeu.
Programa de Reabilitação profissional
O Comando Nacional questionou os bancos sobre a razão pela qual nenhum deles aderiu ainda ao Programa de Reabilitação Profissional, que está desde 2009 na Convenção Coletiva. Pelo acordo, cuja implementação é opcional, os bancos devem instituir programas de reabilitação visando assegurar condições para a manutenção ou a reinserção ao trabalho do bancário com diagnóstico de adoecimento, de origem ocupacional ou não.
"O que observamos é que a grande maioria dos trabalhadores, ao retornarem ao trabalho depois de um determinado período de afastamento, é recolocada no mesmo posto de trabalho que o adoeceu, sem nenhuma mudança nas condições e no ritmo de trabalho", salienta Walcir.
A Fenaban tentou fugir do questionamento, sugerindo remeter a questão à mesa temática de saúde e condições de trabalho, mas os dirigentes sindicais cobraram uma solução na mesa de negociação. Por fim, a Fenaban se comprometeu a fazer reuniões com os bancos e procurar resolver o assunto ainda na atual Campanha Nacional.
Nova rodada de negociação
Os debates sobre saúde e condições de trabalho continuarão na segunda rodada de negociação, que ocorre na próxima quarta 15 e quinta-feira 16, em São Paulo. Também serão discutidas as reivindicações sobre segurança bancária, igualdade de oportunidades e remuneração.
O Comando Nacional se reúne na terça-feira 14, às 10h, na sede da Contraf-CUT, para preparar os debates com os bancos.
Ela citou o caso de sua base sindical, onde há 640 casos de assédio moral registrados, muitos dos quais discutidos em cada local de trabalho, sem utilização do instrumento previsto na Convenção Coletiva. Há casos de respostas-padrão dos bancos que aderiram. "Esse instrumento precisa ser aprimorado", defendeu.
Programa de Reabilitação profissional
O Comando Nacional questionou os bancos sobre a razão pela qual nenhum deles aderiu ainda ao Programa de Reabilitação Profissional, que está desde 2009 na Convenção Coletiva. Pelo acordo, cuja implementação é opcional, os bancos devem instituir programas de reabilitação visando assegurar condições para a manutenção ou a reinserção ao trabalho do bancário com diagnóstico de adoecimento, de origem ocupacional ou não.
"O que observamos é que a grande maioria dos trabalhadores, ao retornarem ao trabalho depois de um determinado período de afastamento, é recolocada no mesmo posto de trabalho que o adoeceu, sem nenhuma mudança nas condições e no ritmo de trabalho", salienta Walcir.
A Fenaban tentou fugir do questionamento, sugerindo remeter a questão à mesa temática de saúde e condições de trabalho, mas os dirigentes sindicais cobraram uma solução na mesa de negociação. Por fim, a Fenaban se comprometeu a fazer reuniões com os bancos e procurar resolver o assunto ainda na atual Campanha Nacional.
Nova rodada de negociação
Os debates sobre saúde e condições de trabalho continuarão na segunda rodada de negociação, que ocorre na próxima quarta 15 e quinta-feira 16, em São Paulo. Também serão discutidas as reivindicações sobre segurança bancária, igualdade de oportunidades e remuneração.
O Comando Nacional se reúne na terça-feira 14, às 10h, na sede da Contraf-CUT, para preparar os debates com os bancos.
Contraf/CUT com edição da
Fetrafi-RS
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