Hoje (19 de agosto) é Dia Mundial do Fotógrafo / Dia do Artista de Teatro.
Dia Mundial do Fotógrafo.
Em um mundo completamente imagético como é o nosso hoje, a
fotografia está presente em todos os momentos. Seja de câmeras
comuns, digitais, de celulares, a imagem se tornou um elemento central nesse
mundo midiatizado.
Mas se hoje a fotografia tem esse lugar de destaque, podendo ser alterada, transformada e manipulada, muito se deve aos inventores deste conceito.
Mas se hoje a fotografia tem esse lugar de destaque, podendo ser alterada, transformada e manipulada, muito se deve aos inventores deste conceito.
Dois franceses merecem destaque nessa descoberta: Joseph Nicéphore
Niépce e Jean Jacques Mandé Daguerre. Niépce foi o precursor,
unindo elementos da química e da física, criou a héliographie
em 1826. Nesse invento ele aliou o princípio da “câmara
obscura”, empregada pelos artistas desde o século XVI, à
característica fotossensível dos sais de prata. Após
a morte de Niépce, Daguerre aperfeiçoou o invento, rebatizando-o
como daguerreótipo.
Por essa época um francês radicado no Brasil, Hércules
Florence, desenvolvia também experimentos que levariam ao mesmo resultado.
Mas o advento da fotografia foi anunciado ao mundo oficialmente, em Paris,
na Academia de Ciências da França, consagrando o Daguerreótipo,
em 19 de agosto 1839.
De lá pra cá a fotografia evoluiu muito e foi a grande responsável
por “apresentar o mundo” à humanidade. Mesmo com o surgimento
de outras formas de exibição de imagens (cinema, televisão,
computador) a fotografia continua sendo a única "capaz de captar
a alma humana". Ou, como diria Henri Cartier-Bresson, um dos maiores
fotógrafos de todos os tempos "fotografar é captar o momento
decisivo".
www2.portoalegre.rs.gov.br
Dia do Artista de Teatro.
A arte dramática é um objeto semiótico por natureza.
O conceito do que entendemos hoje por teatro é originário do
verbo grego "theastai" (ver, contemplar, olhar). Tão antiga
quanto o homem, a noção de representação está
vinculada ao ritual mágico e religioso primitivo. Acredita-se que o
teatro nasceu no instante em que o homem primitivo colocou e tirou a máscara
diante do espectador, com plena consciência do exercício de "simulação",
de "representação", ou seja, do signo.
Tendo em seu alicerce o princípio da interdisciplinaridade, o teatro
serve-se tanto da palavra enquanto signo como de outros sistemas semióticos
não-verbais. Em sua essência, lida com códigos construídos
a partir do gesto e da voz, responsáveis não só pela
performance do espetáculo, como também pela linguagem. Gesto
e voz tornam o teatro um texto da cultura. Para os semioticistas russos da
década de 60, a noção de teatro como texto revela, igualmente,
sua condição de sistema modelizante, ou melhor, de sistema semiótico
cujos códigos de base - gesto e voz - se reportam a outros códigos
como o espaço, o tempo e o movimento. A partir desses códigos
se expandem outros sistemas sígnicos tais como o cenário, o
movimento cênico do ator, o vestuário, a iluminação
e a música entre outros. Graças à organização
e combinação dos vários sistemas, legados da experiência
individual ou social, da instrução e da cultura literária
e artística, é que a audiência recodifica a mensagem desse
texto tão antigo da cultura humana.
Contudo, o processo de modelização no teatro não é
resultado apenas dos códigos que o constituem como linguagem. É
preciso considerar também os códigos culturais organizadores
dos gêneros, ou melhor, das formações discursivas que
se reportam às esferas de uso da linguagem dentro de contextos sócio-culturais
específicos. Quando os códigos do teatro se organizam para definir
um gênero, é a própria cultura que manifesta seus traços
diferenciais. Isso é o que se pode verificar no teatro popular seja
de Shakespeare ou do nosso Ariano Suassuna, cujas autos ilustram muito propriamente
o processo da modelização no teatro.
O cenário enquanto sistema semiótico determina o espaço
e o tempo da ação teatral. Contudo, para se entender o cenário
em sua linguagem, é preciso recorrer à gramaticalidade de outras
sistemas artísticos, como a pintura, a escultura, a arquitetura, a
decoração, o design da iluminação. São
esses sistemas que se encarregam de representar um espaço geográfico
(uma paisagem, por exemplo), um espaço social (uma praça pública,
uma cozinha, um bar) ou um espaço interior (a mente, as paixões,
os conflitos, os sonhos, o imaginário humano). No cenário, ou
apenas em um dos seus constituintes, se projeta o tempo: a época histórica,
estações do ano, horas do dia, os momentos fugazes do imaginário.
Existe ainda o caso dos espetáculos em que os recursos cenográficos
estão na performance do ator, no ruído, no vestuário
ou na iluminação
Gesto.
O gesto é um dos organizadores fundamentais da gramática do
teatro. É no gesto e também na voz que o ator cria a personagem
(persona). Através de um sistema de signos codificados, tornou-se um
instrumento de expressão indispensável na arte dramática
ao exprimir os pensamentos através do movimento ou atitude da mão,
do braço, da perna, da cabeça ou do corpo inteiro. Os signos
gestuais podem acompanhar ou substituir a palavra, suprimir um elemento do
cenário , um acessório, um sentimento ou emoção.
Os teóricos do gesto acreditam ser possível fazer com a mão
e o braço cerca de 700.00 signos.
Iluminação.
Diferente dos demais sistemas sígnicos teatrais, a iluminação
é um procedimento bastante recente. Sua introdução no
espetáculo teatral, deu-se apenas no séc XVII, ganhando fôlego
com a descoberta da eletricidade. A principal função da iluminação
é delimitar o espaço cênico. Quando um facho de luz incide
sobre um determinado ponto do palco, significa que é ali que a ação
se desenrolará naquele momento. Além de delimitar o lugar da
cena, a iluminação se encarrega de estabelecer relações
entre o ator e os objetos; o ator e os personagens em geral. A iluminação
"modela" através da luz o rosto, o corpo do ator ou um fragmento
do cenário. As cores difundidas pela iluminação é
um outro recurso que também permite uma leitura semiológica.
Movimento cênico do ator.
As várias maneiras do ator se deslocar no espaço cênico,
suas entradas e saídas ou sua posição com relação
aos outros atores, aos acessórios, aos elementos do cenário
ou até mesmo aos espectadores, podem representar os mais variados signos.
A movimentação tanto cria a unidade do texto teatral como organiza
e relaciona as seqüências no espaço cênico.
Música.
A música sempre esteve presente no teatro, desde as suas origens.
A música por se sesenvolver no tempo é o elemento dialógico
por excelência do texto teatral. Dialoga com os movimentos do ator,
explicita seu estado interior, contracena com a luz, com o espaço em
todos os seus aspectos. Quando acrescentada a outros sistemas sígnicos
de uma peça, o papel da música é o de enfatizar, ampliar,
de desenvolver e até de desmentir ou substituir os signos dos outros
sistemas. Um outro exemplo da utilização da música no
teatro é a escolha que o diretor faz do tema musical que acompanha
a entrada e a saída de um determinado personagem, tornando-a assim
signo de cada uma delas.
Vestuário.
Assim como na vida real, o vestuário no teatro se reporta a vários
sistemas sígnicos da cultura. A sua decodificação pode
indicar tanto o sexo quanto idade, classe social, profissão, nacionalidade,
religião de um. No entanto, o poder semiológico do vestuário
não se limita apenas a definir o personagem que o veste. O traje é
também o signo que representa clima, época histórica,
região, estação do ano, hora do dia. É interessante
observar que em certas tradições teatrais, como na commedia
della'arte por exemplo, a vestimenta torna-se uma espécie de "máscara"
que vai identificar os tipos imutáveis (stock characters), que se repetem
de geração a geração. Personagens como o avarento,
o bufão, o rei, a megera, a donzela e o servo trapalhão entre
outros. O vestuário é também um sistema de signos que
se reporta a outros sistemas da cultura, como por exemplo a moda.
Voz.
A voz é, antes de mais nada, elemento fundador do texto teatral, escrito
ou não. Quando não vocalizado, o texto é gesto. É
pela voz que o ator dá vida a seu personagem. Ela atua como uma "fronteira
de liberdade" que o ator explora a seu modo, através da entoação,
do ritmo, da rapidez e da intensidade com que ele pronuncia as palavras antes
apenas escritas, criando desta forma, os mais variados signos. A voz e o gesto
formam a performance, a linguagem primária do teatro.
Elinês de Av. e Oliveira
www.pucsp.br
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