terça-feira, 18 de junho de 2013

Protesto paralisa Centro de Porto Alegre

Após manifestação pacífica, minoria promove vandalismo e confronta Brigada Militar  
 
Foto: Fabiano do Amaral
Uma noite que começou com um grande movimento democrático – mobilizando diversas capitais no Brasil – terminou com caos e medo na região central de Porto Alegre, nesta segunda-feira. O que começou e transcorreu por duas horas em uma manifestação pacífica encerrou em confronto com a Brigada Militar e vandalismo. Mais de 30 pessoas foram presas e há registros de violência tanto de policiais quanto de manifestantes e contra jornalistas.

Protestos tomam conta do Brasil


O protesto, dessa vez contra os gastos públicos em obras da Copa do Mundo, corrupção e falta de verbas para serviços básicos, teve início por volta das 18h30min no Paço Municipal. De lá seguiu pelas avenidas Salgado Filho e João Pessoa. Era um público mais heterogêneo que outras manifestações, contando com famílias e pessoas mais velhas, além de muitos ciclistas. Em pouco tempo, os 2 mil iniciais pularam para 7 mil.  
 
 Ao longo da avenida João Pessoa começaram os primeiros atos de vandalismo. E ali foram repreendidos. Enquanto um grupo virava contêineres de lixo, outros recolocavam os depósitos no lugar e recolheram a sujeira.  
 
Sete mil pessoas tomaram as principais ruas da Capital para protestar pacificamente. Foto: Mauro Schaefer
O protesto mudou de figura a partir das 20h30min, na esquina das avenidas Azenha e Ipiranga. Ainda que vaiado, parte do grupo quebrou as vidraças da concessionária Estação H. Capacetes foram furtados e motocicletas, danificadas. Logo em seguida, começou um confronto com a Brigada Militar. Bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo foram usados. O protesto se dividiu e, enquanto alguns enfrentavam os policiais, outros seguiram pela Cidade Baixa, via rua Lima e Silva. Um novo confronto com a BM ainda ocorreu na avenida Loureiro da Silva, minutos mais tarde.

Vandalismo afeta transporte  
 
 Uma minoria das pessoas que estavam na manifestação passaram a realizar atos de vandalismo. Um ônibus da Carris foi queimado na avenida João Pessoa. Outros dois veículos da STS foram depredados. Os coletivos pararam de circular e só retomaram o serviço por volta da meia-noite. As paradas ficaram lotadas.
 
Atos de vandalismo se seguiram na região central de Porto Alegre. A fachada do Palácio da Justiça, na Praça da Matriz, foi parcialmente destruída. Um grupo de cerca de 30 pessoas, alguns escondendo o rosto, desceu a rua Caldas Júnior por volta das 23h30min – já sem contexto algum com o protesto – e seguiu pela rua dos Andradas vandalizando estabelecimentos comerciais do entorno da Praça da Alfândega.  
 
De acordo com o DMLU, 52 contêineres localizados na Cidade Baixa e no Centro Histórico sofreram danos. O número equivale a cerca de 25% do total que há na região. Boa parte foi incendiado.  
 
 Violência contra todas partes  
 
Além do vandalismo, a noite terminou com diversos relatos de violência. Pelo menos um policial da Brigada Militar precisou ser medicado após ser atingido por um paralelepípedo. Dois manifestantes foram atendidos no Hospital de Pronto-Socorro. Uma jornalista foi agredida por policiais, que estariam sem identificação.  
 
Conforme relatos, a Brigada Militar, quando estava protegendo a sede da Polícia Federal, atirou bombas de efeito moral no pessoal que realizava uma manifestação de forma pacífica, no outro lado do arroio Dilúvio.
Palmas pró e contra  
 
Moradores das ruas por onde a manifestação passou tomaram partido. No início da noite, as palmas eram para o protesto. Já no final os aplausos foram para a ação da Brigada Militar. (Fonte: Correio do Povo).

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