Na terça-feira (29/10), durante a 39ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Camaquã, a Associação dos Deficientes Físicos da Região Centro-Sul fez uso do Espaço da Tribuna Democrática Popular – TDP, por doze minutos.
A Associação dos Deficientes Físicos da Região Centro-Sul foi representada pela colaboradora e beneficiária, Sra. Mariângela Vefago.
Confira na íntegra o seu discurso:
“Prezados Senhores Vereadores:
Estou aqui como colaboradora e beneficiária da Associação dos Deficientes de Camaquã e gostaria de agradecer os votos por unanimidade dos senhores vereadores a respeito do projeto do convênio com a associação, pois a mesma vem se mantendo com rifas e com a ajuda de outra prefeitura da região.
E hoje, venho através dela falar em nome da minha filha que é cadeirante e de todos os outros portadores de necessidades especiais, seja física, auditiva ou visual e até mesmo idoso, reivindicar acessibilidade na cidade de Camaquã, pois está deixa muito a desejar quanto a acessibilidade.
Parece que passa despercebido aos olhos dos nossos governantes, ou não fazem muita questão em dar o mínimo de condições de ir e vir destas pessoas, o qual é DIREITO dos deficientes e DEVER do município. Não estou pedindo favor nenhum porque é uma lei federal e as leis são para serem cumpridas. Na nossa Lei Orgânica Municipal não fala nada a respeito de acessibilidade - Que tal revermos esta lei e fazer uma reforma na lei orgânica?
Nossa cidade não tem ônibus adaptado e sei que eles tem direito a passe livre municipal. Mas segundo fui informada, uma empresa reclama quando entra alguém com passe livre, sendo que é de direito do deficiente As calçadas estão quebradas, esburacadas, irregulares, incapaz de um cadeirante ou idoso transitar podendo sofrer algum acidente. A maioria das rampas de acesso estão fora da faixa de segurança, não estão uma de frente para a outra como deveria, uma está no meio da quadra e outra na esquina, quando não tem uma árvore ou um poste no meio, é muito íngreme, além de serem estreitas e muitas delas não cabem uma cadeira de rodas.
Essas rampas devem ser de frente uma para a outra e na faixa de pedestre. Muitas vezes me deparei com carros estacionados nestas rampas, onde várias vezes liguei para a brigada e me disseram que nada poderiam fazer. As construções ocupam a metade da calçada com os tapumes impedindo o acesso, bem como o comércio que a maioria não tem rampas de acesso e, quando tem, colocam obstáculos como caixas e roupas no caminho impedindo o acesso. Já passei constrangimento no comércio com minha filha por isso e até deixei de entrar o estabelecimento por não ter como entrar.
Nos supermercados não é respeitada a vaga para deficiente e, na Prefeitura, se algum cadeirante ou idoso quiser ter uma audiência com o Prefeito não pode por que o gabinete é no piso superior, o teatro, as secretarias e a câmara de vereadores assim como vários outros órgãos públicos, também não são adaptados para um cadeirante ou por uma pessoa com mobilidade reduzida, bem como um idoso.
Portanto, cadê a fiscalização competente. O senhor Prefeito e o Secretário da Infraestrutura deveriam olhar mais para estas pessoas, por que um dia também poderemos estar na mesma situação, certo dia alguém me disse: Ah! mais deficiente não elege ninguém, mais como não, ele tem família e até mesmo o seu voto pode fazer a diferença numa urna.
Segundo o estatuto da juventude, os deficientes e idosos tem direito a meia entrada em cinemas, teatros, shows e outros eventos culturais, que não é de conhecimento destes promotores de eventos, talvez por que seja uma minoria. Então mais uma vez tá na hora de rever a Lei Orgânica. Desde 2008, o Programa Nacional de Acessibilidade destinou 136 milhões para adequação de espaços urbanos mais só 39,4 milhões foram usados o restante permaneceu em Brasília, no Ministério das Cidades.
Os municípios devem solicitar por meio de projeto segundo cita o site www.gazetadopovo.eom.br. Hoje já existe em todo o Brasil o Programa Calçada Legal, vamos fazer aqui também quem sabe dando descontos em IPTU para quem legal a sua calçada e podermos dar melhor qualidade de vida a estas pessoas. Espero que um dia minha filha e todos os deficientes e idosos possam andar na cidade com mais segurança sem medo de sofrer algum acidente. Se medidas não forem tomadas, irei ao Ministério Público fazer esta reivindicação.”
(Fonte: Câmara de Vereadores)
Nenhum comentário:
Postar um comentário