sábado, 19 de novembro de 2011

Greve dos professores foi definida na tarde desta sexta em assembleia no Gigantinho

"Nós assumimos as consequências", diz presidente do Cpers sobre corte do ponto

Categoria acredita que após a greve haverá acordo para abono das faltas


Fonte: Zero Hora  - Foto: Ricardo Duarte

A sinalização do governo do Estado de cortar o ponto dos professores grevistas não interfere nos planos do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato). A categoria decidiu, na tarde desta sexta-feira, paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira. A orientação do sindicato é para que os pais não levem os alunos para as escolas.

— Quando decretamos a greve, nós assumimos as consequências da greve. Então é natural o governo cortar o ponto. O que nós acreditamos é que depois da greve a negociação resultará em um acordo para o abono das faltas e recuperação dos dias parados — explicou a presidente do Cpers/Sindicato, Rejane Oliveira.

Rejane contestou a manifestação do secretário da Educação, José Clóvis Azevedo, de que o número de professores na assembleia era pequeno, o que poderia indicar baixa adesão.

— No governo anterior nós fizemos uma assembleia com até menos professores e também deflagramos a greve. Nossa orientação é para que os pais não levem os filhos para as escolas para que eles não fiquem soltos na rua — alertou a presidente do Cpers — É uma greve para defender os interesses dos nossos estudantes e teremos uma grande participação — rebateu Rejane sobre às críticas em relação ao período em que a greve foi adotada.

No entendimento do Sindicato dos Professores, não houve rompimento de acordo com o governo.

— O governo poderia ter apresentado um calendário e não apresentou. Não podemos ficar mais de quatro anos sentados esperando por uma lei que foi aprovada em 2008. A greve pode terminar a qualquer momento, basta o governo resolver o impasse que ele mesmo criou — concluiu Rejane.

Veja os pontos de divergência entre o Cpers e o governo do Estado:
O que pede o Cpers O que diz a secretaria de Educação
PISO SALARIAL
Pagamento imediato do piso nacional, de R$ 1.187 para 40 horas. O Cpers argumenta que, mesmo tendo assinado a lei juntamente com outros ministros à época, como governador Tarso Genro não a colocou em prática. Sustenta que Tarso assinou documento durante a campanha no qual se comprometia a criar condições, ao longo de seu governo, para cumprir o piso. Informa que não há qualquer possibilidade financeira de pagar imediatamente o piso
SISTEMA DE AVALIAÇÃO
Não concorda com o sistema destinado a avaliar a eficiência do ensino por meio de uma série de indicadores que incluem condições de trabalho, frequência e abandono dos alunos, por considerar que responsabiliza os professores por dificuldades estruturais. Não pretende retirar a proposta da pauta e considera que o Cpers adota uma posição "simplista de quem não quer aprofundar a proposta". O secretário afirma que a própria secretaria será alvo de avaliação por parte da comunidade escolar no sistema previsto
REFORMA DO ENSINO MÉDIO
Não concorda com as mudanças destinadas a aproximar o Ensino Médio do mercado de trabalho. Elas preveem, entre outras novidades, a inclusão de disciplinas diversificadas em áreas de interesse de cada escola e a realização de "estágios" dos alunos em ambientes profissionais É uma das principais bandeiras da SEC, incomodada com os índices de repetência e abandono do Ensino Médio — de 40%. Argumenta que, hoje, o modelo desse nível de ensino está "completamente falido" e nem prepara para o vestibular, nem garante profissionalização.

Um comentário:

  1. Tem que pagar bem o professor sim. Isso não se discute. Mas sinceramente não intendo o motivo destes não concordarem com a reforma do ensino médio. Vamo falar francamente! O ensino médio, no modelo atual, não serve para NADA. Não prepara para a vida profissional nem para o vestibular. Alguém acredita que prepara REALMENTE para o vestibular? Na minha opinião não. Estou cursando o 3º semestre na faculdade sem ter feito o ensino médio. Meu primo está no terceiro semestre também sem ter feito ensino médio regular e o fundamental concluiu pelo EJA. Será que este modelo atual de ensino é tão bom assim? Temos que rever a qualidade do ensino no estado. Uma formar é pagando BEM os professores e as outras é pondo em prática o novo sistema de avaliação e a reforma no ensino médio. Entrar em greve no fim do ano letivo não resolve os problemas do ensino no Rio Grande do Sul.

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