A
fim de debater os problemas da cadeia produtiva do arroz, mais de 120 pessoas
entre produtores, líderes do setor, dirigentes de cooperativas, sindicatos,
prefeituras e câmaras municipais participaram, na segunda-feira (19/03), da
audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Arroz,
realizada no Sindicato Rural de Camaquã. Esta foi a
primeira reunião programada pela Comissão com o objetivo de interiorizar as
oitivas. No encontro ficou evidente que o
próprio produtor tem que defender os seus próprios interesses, através da CPI
que busca dados, esclarecimentos e denúncias sobre as irregularidades
existentes no meio.
Os produtores reclamaram ainda da desigualdade na atitude do
governo que mexe nos preços pagos aos produtores, mas não interfere da mesma
forma na gôndola do supermercado. Conforme dados apresentados pelo presidente da
Associação dos Arrozeiros de Camaquã, José Carlos Gross, a variação de preços é
de 42% para os produtores e apenas 22% nos supermercados em Porto Alegre. A
análise foi feita a partir de dados do Dieese de outubro de 2010 a março de
2012. Para finalizar foram unânimes em afirmar que o produtor precisa mesmo é
de renda. No local, foi instalada uma urna na qual os presentes puderam colocar
suas denúncias e reclamações, que posteriormente serão aproveitadas na
relatoria.
Segundo
o presidente da comissão, deputado Jorge Pozzobom, as indústrias montaram
tabela para baixar o preço pago ao produtor: “Há casos de apropriação indébita
de produto. Também queremos saber por que elas param de comprar na época da
colheita", indaga. Para o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz de
Pelotas (Sindapel), Jaírton Russo, as mudanças na comercialização do grão
devem-se às alterações na portaria 269. "As regras apertaram e a indústria
precisou se adequar. O índice de tolerância ao arroz quebrado baixou de 10%
para 7,5% por saca", relata. Segundo ele, as indústrias da região Sul do
Estado estão desabastecidas e ávidas pelos grãos.
O deputado Marlon Santos iniciou sua exposição como relator
da CPI do Arroz afirmando que, na verdade, não existe uma política de Estado
para o setor orizícola gaúcho. “O governo deveria abrir leilão em no mínimo 15
dias, logo após a abertura oficial da colheita, isto regularia o preço do
produto, um dos grandes problemas da cadeia produtiva”, disse. Para o prefeito,
Ernesto Molon, uma saída para o setor está na diversificação da produção e
diminuição da área plantada.
A CPI, que deve ser concluída até abril, tem poderes de autoridade
judicial, podendo convocar depoimentos e, ao final, encaminhar relatório ao
Ministério Público para providências.
Blog do Juares com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Camaquã
Fotos: Gabriela Brito
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