Hoje (26 de março) é Dia do Cacau.
A origem do cacau é contada pelos povos pré-colombianos.
O deus asteca dos ventos gelados e da lua prateada, Quetzalcóatl, ofereceu
aos seres humanos um presente: sementes de um fruto mágico, que era
capaz de repor a energia das pessoas, aliviando o cansaço.
Quetzalcóalt
foi aos campos luminosos do Reino dos Filhos do Sol e roubou as sementes da
árvore sagrada, o cacaueiro.
Os primeiros a cultivarem a árvore foram os sacerdotes astecas. Os
frutos estavam intimamente ligados à religiosidade, devido à
lenda. Das favas desses frutos, os astecas produziam uma bebida amarga que,
segundo a crença, possuía "poderes especiais" e só
podia ser tomada em taças de ouro.
O conquistador espanhol Fernando Cortés, quando chegou ao México
em 1519, teve contato com a bebida dos astecas. Em carta ao rei Carlos V,
Cortés relatou as propriedades energéticas da maravilhosa bebida:
bastava uma taça daquele precioso líquido para que a pessoa
recuperasse a energia perdida em um dia de caminhada, sem necessidade de qualquer
outro alimento. Cortés afirmou que o imperador dos astecas, Montezuma,
nunca se servia da bebida sagrada na mesma taça de ouro. Mais do que
uma demonstração de riqueza, tal prática provava a enorme
reverência que os astecas tinham pela bebida.
Da amarga bebida dos astecas ao delicioso chocolate apreciado nos dias de
hoje, o cacau teve uma trajetória bastante singular. O gosto amargo
da bebida não agradava aos europeus que, aos poucos, foram adicionando
especiarias, açúcar e outros condimentos. A partir daí,
a bebida, tomada quente, conquistou todas as cortes europeias e se
tornou privilégio das elites. Logo depois, o cacau passou a ser processado
em tabletes, que eram facilmente transformados em bebida.
A Espanha detinha praticamente toda a produção de cacau e chocolate
quando, em 1778, estes passaram a ser industrializados nos Estados Unidos
e na Holanda. O holandês Van Houten foi pioneiro na indústria
de chocolate em seu país e, segundo alguns estudiosos, produziu os
primeiros ovos de chocolate consumidos na Páscoa.
Theobroma Cacao, que em grego significa "alimento dos deuses",
é o nome científico do cacaueiro, espécie nativa da floresta
tropical úmida americana, que teve sua origem, provavelmente, nas nascentes
dos rios Amazonas e Orenoco, depois ultrapassou os Andes, atingindo Venezuela,
Colômbia, Equador, países da América Central, México
e também o Brasil, ao longo do rio Amazonas. O cacaueiro foi introduzido
na Bahia, em 1746, pelo colono francês Luís Frederico Warneaux,
que trouxe as sementes do Pará. Atualmente, a Bahia é o maior
produtor nacional de cacau, atendendo os mercados interno e externo.
Paulinas
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