quinta-feira, 23 de maio de 2013

Projeto do IFSul campus Camaquã leva emoção para idosos do Lar Comunitário

No dia 15 de maio, a turma do 6º Semestre do Curso Técnico em Controle Ambiental (TCA6M1), do Campus Camaquã, visitou o Lar Comunitário Nilza Azambuja, onde residem dezenas de idosos. A atividade fez parte do Projeto de Ensino-Extensão “Brincando com o IFSul-Camaquã”, coordenado pelo professor de Educação Física, Tales Amorim .

O Projeto tem dois objetivos principais. O primeiro é oportunizar aos estudantes uma experiência de interação social diferenciada, convivendo com pessoas que vivem em condições que provavelmente são diferentes do cotidiano vivido pelos alunos. O outro objetivo é proporcionar momentos de descontração, alegria e interação social com jovens, aos idosos residentes no Lar Comunitário.

A proposta envolvia a necessidade dos estudantes, organizados em quatro grupos, construírem atividades que seriam aplicadas aos idosos, como jogos, brincadeiras e outras atividades que, por descoberta dos próprios alunos, poderiam ter boa receptividade por parte dos “vôs” e “vós”, como são chamados por todos.  
 
Para tanto, foram realizadas duas visitas prévias ao Lar. Uma pelo coordenador do Projeto, com objetivo de apresentar-se, e falar sobre as intenções das atividades. Já a segunda visita foi com a turma, para que tivessem um primeiro contato com o local e com os idosos, já pensando nas atividades que poderiam realizar.

A atividade, na avaliação do professor Tales foi um grande sucesso, pois os dois objetivos foram alcançados com grande impacto.

“O empenho e a preocupação dos meus alunos em agradar já eram sinal de que seria uma experiência gratificante. A alegria demonstrada por nossos vôs e vós em conjunto com meus alunos já foram emocionantes. Mas a sensibilidade demonstrada pelos 16 alunos nos textos que solicitei, parte integrante da avaliação do Projeto, é pura demonstração de que ações simples como essa valem a pena, pois os resultados são espetaculares. Percebo novamente que a escola e principalmente as pessoas, podem fazer a diferença na vida daqueles que sabem usufruir do que de melhor podem oferecer”.

O professor Tales selecionou partes de cinco dos 16 textos escritos pelos alunos:

“É maravilhoso tu fazer e sentir que fez algo de bom para alguém, principalmente para quem precisa de muitas vezes só carinho...” Kanandra Amador.

“Mas nós chegamos com tudo, colorindo um dia da rotina incessante que cerca o asilo. Com o propósito de fazê-los sentirem importantes identificando objetos velhos, relembrando músicas, redescobrindo talentos, ficando roucos de tanto “cantar”, transformando litros de refrigerante em “lindos vasos de flor”, ganhando “presentes”, e principalmente, estando “vivos”, com coisas simples”.
Pâmela Machado.

“Vendo que eles não dão a mínima para as aparências, para o valor, nada além do fato, penso eu, de estarem sendo lembrados, abraçados, ouvidos, beijados por pessoas totalmente desconhecidas e que poderiam estar fazendo qualquer outra coisa, menos estar lá com eles...”
Danrley Pacheco.

“Sinto que aquelas pessoas precisam de carinho, por mais que elas nem saibam quem eu seja. Hoje uma senhora disse que era muito parecida com a neta dela porque eu era bonita e muito carinhosa. É isso que tentei fazer eles sentirem. Eu quis ser a neta de cada um”.
Luísa Lauffer.

“Há um pouco mais de dois meses eu perdi meu avô materno, que era o meu maior companheiro de risadas, brincadeiras e momentos descontraídos e foi por isso que na rodinha eu fiquei emocionada, quando vi um vô sentadinho no canto de um banquinho, que tinha uma aparência muito parecida com a do meu vô Waldo. Naquele momento tive que me controlar e não podia olhar pra frente que eu enxergava ele e as lágrimas queriam cair dos meus olhos. Eu olhava para ele e lembrava do meu velhinho, exatamente como ele era, de calça de moletom, blusa de lã e sua boina na cabeça, com as pernas cruzadas e a cabeça “de ladinho”. Senti uma saudade enorme e uma dor que não sei medir. Comecei a conversar com a vó que estava do meu lado e foi com os sorrisos e conversas dela que a minha angústia passou. Eu descobri que realmente tenho laços muitos fortes com meus avós, que não importa quantos anos eles têm nem quanto tempo ainda vão durar, temos que tratá-los como reis e rainhas, fazê-los sorrir o máximo que conseguirmos, pois eles passaram por tanta coisa na vida que não sabemos, que na reta final, merecem e devem ser felizes!”
Tatiana Lopes.
(Fonte: IFSul campus Camaquã).

Um comentário:

  1. sem palavras este projeto é muito lindo. QUE DEUS ABENÇOE A TODOS REALIZADORES DESTE PROJETO. j-luz

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