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As obras de infraestrutura em andamento na região, no entanto, são evidências das marcas da tragédia causada pela enxurrada de 10 de março do ano passado. Com o apoio dos governos estadual e federal, o município reconstruiu 5 das 20 pontes atingidas pela água. As obras de 13 pontes estão inconclusas e duas não foram iniciadas. A previsão é de que todas as pontes estejam finalizadas até junho. Embora ainda contabilize as obras espalhadas pelo município, o prefeito José Sidney Nunes garante que a população ultrapassou o trauma. "O susto já foi superado, os moradores levam uma vida normal".
O secretário de gabinete do prefeito e coordenador da Defesa Civil de São Lourenço do Sul, Amilton Neutzling lembra que a rápida mobilização das autoridades federais, estaduais e municipais possibilitou o atendimento imediato às vítimas. Apesar do caos provocado pelas águas, a retirada do lixo e dos destroços levou apenas dois meses. "Quando acontece uma catástrofe desse nível, em geral, são necessários de quatro a cinco meses para reorganizar os pontos principais do município", explica.
Além de priorizar a limpeza das áreas afetadas, a Defesa Civil reforçou o trabalho para mudar o rastro de destruição deixado pela enchente. "Tudo que poderia lembrar a tragédia, como as crateras formadas nas ruas e na orla da praia, nós procuramos atacar com a maior brevidade possível", disse. As principais ações realizadas foram a dragagem e desassoreamento da foz do Arroio São Lourenço, o aterramento da praia da Barrinha e a terraplanagem de terrenos para construção de unidades habitacionais. O Governo do Estado aplicou mais R$ 1 milhão para locação de equipamentos e mão de obra para aterramento da praia da Barrinha.
Para a construção de moradias e a reconstrução de pontes, o Ministério da Integração Nacional liberou R$ 6 milhões. O valor representa 60% da verba colocada à disposição do município. Em reunião com representantes do Ministério, no início de março, o prefeito José Nunes solicitou os 40% restantes (R$ 4 milhões). A Defesa Civil de São Lourenço também sugeriu a elaboração de um estudo para a construção de um canal de drenagem para prevenir os efeitos de um novo desastre natural. Conforme Amilton, a obra - avaliada em R$ 300 mil - poderá ter de 2 a 2,5 quilômetros de extensão, ligando o camping municipal às águas da Lagoa dos Patos. "Vamos avaliar a viabilidade da obra, mas o objetivo é possibilitar o deságue direto na lagoa".
Unidades habitacionais
Está previsto para o final de março o início das obras de construção de 70 unidades habitacionais, das quais 30 serão no mesmo local onde as famílias moravam. O objetivo é garantir um teto às pessoas que perderam tudo durante a enchente, que danificou 5 mil residências. "Foi aberta uma nova licitação, que está na fase final da habilitação da empresa. As obras devem levar até seis meses", afirmou. As unidades seguem o padrão dos projetos do programa Minha Casa Minha Vida. "São 42 metros quadrados de área construída, com dois quartos, um banheiro e cozinha conjugada", explicou Amilton.
O secretário destacou ainda que todas as obras foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU). "Eles analisaram todos os processos de contratação emergencial e os processos de licitação. Na semana passada, o TCU e a CGU encaminharam o relatório e determinaram o arquivamento do processo", ressaltou. O documento aponta que todos os passos e os recursos estão sendo aplicados adequadamente. "Cumprimos o cronograma estabelecido para a recuperação da cidade".
Doações (Governos Federal, Estadual, municipal e outros)
8.972 colchões
7.472 kits dormitórios (lençol, travesseiros, fronhas e cobertores)
902 roupas de cama
822 cobertores individuais
464 travesseiros
Texto: Felipe Samuel
Foto: Camila Domingues
Edição: Redação Secom (51)3210-4305
Acessado no Blog Copes Camaquã
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