quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Espaço de Religião: Chuvisca sediará nova paróquia

Por padre José Inácio Sant'Anna Messa
pemessa@terra.com.br
Camaquã/RS

Dia 29 de novembro, por ocasião das Crismas na Comunidade São José, na Chuvisca, o vigário episcopal, Pe. Leo Hastenteufel, deu a bênção a pedra fundamental da casa paroquial e na segunda-feira, dia 02 de dezembro, começou a obra, após a planta ter passada por todos os trâmites legais. 

A construção de uma casa paroquial é um dos pré-requisitos para que haja uma Paróquia. Atualmente a Paróquia São João Batista é a maior da Arquidiocese e, quem sabe, a maior do Estado. A proximidade geográfica do pároco com os fieis que lhe são confiados ajuda na tarefa evangelizadora. A área geográfica da nova Paróquia irá manter ou diminuir a distância física do pároco com as aproximadamente 14 comunidades que dela farão parte. Será, sem sombra de dúvidas, uma grande avanço pastoral para a região. O sentido de pertença será maior. Espero que em 2015 já tenha condições de publicar oficialmente a criação da Paróquia. É claro que para a construção da casa paroquial, como espaço de residência e evangelização, necessitará da colaboração de todos. Os próximos passos serão acertar os limites geográficos, a escolha do(a) padroeiro (a). Será um processo democrático. O (a) padroeiro (a) deverá ser ter um nome diferente dos das comunidades. Por enquanto estamos na fase de sugestões. Foram sugeridos dois nomes: São Brás e João Paulo II. Outros nomes poderão surgir. No ano que vem deverá se fazer estes processos: continuação da obra, definir a limitação geográfica e escolha do(a) padroeiro(a). 

Qual o sentido da Paróquia? Os bispos do Brasil reunidos em Aparecida, São Paulo, no início do ano lançaram um documento intitulado “Paróquia: comunidade de comunidades”. Do documento destaco algumas frases: A perspectiva teológica da paróquia aponta para a comunhão entre as pessoas e considera a paróquia como uma rede de comunidades unidas entre si. No sentido teológico-pastoral, paróquia é a experiência de Igreja que acontece ao redor da casa. É a Igreja que está onde as pessoas se encontram, independentemente dos vínculos de território, moradia ou pertença geográfica. É a casa-comunidade onde as pessoas se encontram. A ideia de paróquia como casa pretende remeter ao conceito de lar, ambiente de vida, referência e aconchego de todos que transitam pelas estradas da vida. É uma estação, uma parada no caminho para a pátria definitiva. Uma estação para prosseguir na estrada de Jesus e com ele nos deter na casa dos amigos, como fazia em Betânia, na casa de Marta, Maria e Lázaro. 

O chamado é para todos. É vocação para todos formarem a grande família de Deus, a família dos que “escutam a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8, 21). Nos textos do Novo Testamento a expressão casa significa a comunidade-igreja, construída por pedras vivas (1 Pd 2,5) e serve de inspiração para viver a unidade cristã.

A paróquia é a casa da Palavra, que se torna a casa do discípulo que acolhe e pratica a Palavra. A Igreja que se define pelo acolhimento do Verbo de Deus, que, encarnando, colocou a sua tenda entre nós. (Jo 1, 14). Enquanto é comunidade atraída pela voz do seu Senhor, a Igreja escuta, acolhe e vive a Palavra, sendo a liturgia o lugar privilegiado para essa comunicação. 

A paróquia é casa do pão. A Igreja se nutre com o pão do corpo de Cristo. Na Eucaristia, se estabelecem as novas relações que o Evangelho propõe a partir da filiação divina que o cristão recebe do Pai em Cristo. A fraternidade é expressão da comunhão com Deus que se estende na comunhão com os irmãos e irmãs. A Eucaristia é fonte inesgotável da vocação cristã e do seu impulso missionário. A partir da Eucaristia, cada paróquia chegará a concretizar em sinais solidários o seu compromisso social pela prática da caridade. 

A paróquia é a casa da caridade Na Palavra e na Eucaristia, o cristão, nova criatura pelo Batismo, vive numa nova dimensão em relação com Deus e o próximo: a dimensão do amor como ágape. Jesus disse: “Não vos chamo servos, mas amigos” (Jo 15,15). A amizade é paradigma de todo relacionamento de Jesus com os discípulos e de Deus com a humanidade. Diante do pecado da humanidade, Deus não se torna seu inimigo, mas pela encarnação de Jesus Cristo se revela como o Deus conosco, que em Jesus se faz amigo e irmão. 

A Igreja é comunidade santa (1Pd 2,9; Ef 1,18) porque nela se vive o amor. Deus oferece-nos em seu Filho Jesus a graça de sermos filhos e filhas adotivos, vocacionados, portanto à santidade que é vida de união com Deus e a partir daí com os irmãos e irmãs, e toda a Criação. A amizade torna-se, então, expressão do ágape, o centro da charitas cristã. Essa amizade se traduz em compaixão pelos que sofrem; assim, nasce a missão: o Deus amigo convoca a humanidade para derrubar as barreiras que impedem a fraternidade evangélica.

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