sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Crônica: final de ano; momento de reflexões

Por Jaqueline da Maia
Psicóloga
Camaquã/RS

Fim de ano chegando e a maratona começa, e é nesse tempo que as pessoas se pegam pensando em suas vidas. A limpeza das gavetas e armários internos é uma tarefa árdua e nem sempre concluída, pois, muitos desistem e fecham novamente o calabouço dizendo a si mesmos, quando tiver um tempo volto aqui.

É nessa época, em que embalados por melodias natalinas que nos pegamos relembrando das promessas que fizemos dos sonhos que tivemos e da lista de objetivos que ficaram guardadas em algum canto e que nunca mais tivemos tempo ou vontade de rever.

As pessoas esperam pelo futuro, vivem por ele, quando chegar a Páscoa vou estar uns quilinhos mais magra, quando chegar o outono terá reencontrado grandes amigos, aqueles que há muito não revejo, quando chegar as férias do ano que vem irei finalmente conhecer aquela praia, e assim vão vivendo por antecipação, e ficam dias e noites aproveitando e se deleitando com aquilo que talvez não virá, e esquecem da importância do agora.

A gentileza, o carinho, a educação entre os nossos mais próximos, a compreensão, tolerância e solidariedade com quem está a nossa frente nem sempre é exercitada, e vamos rua afora sonhando em um dia quando me aposentar entrarei para uma ONG, e vou trabalhar num país muito pobre, ajudar as pessoas. 

E assim muitos vão justificando sua inércia com sonhos irreais e de acontecimento impreciso. O mundo carece de ações no agora, é agora que temos que viver a felicidade plena, é nesse dia. A gentileza tem que ser exercitada logo pela manhã, no bom dia ao filho que demora para acordar, ou ao gari que limpa a frente de nossa casa. O carinho deve ser distribuído sem cerimônia a todos. 

Pequenos gestos educados transformam o dia de qualquer pessoa, inclusive das que vivem muito próximas de nós, parece que existe letrinhas minúsculas nos contratos familiares onde diz que se somos parentes muito próximos não precisamos ter tanta educação assim, e vamos distribuindo maus modos e mau humor.

Compreender que talvez não exista tempo para dizer o quanto amamos quem amamos, ser doce, generoso, compreensivo, viver leve com erros e acertos tanto os nossos como os dos outros requer sem sombra de dúvidas muito exercício de tolerância, primeiro conosco, depois com o mais próximo. À essa tarefa somos lançados diariamente, porque as pessoas às vezes conseguem fazer isso com um estranho e não conseguem exercitar essas qualidades com os mais próximos. Viver leve significa lidar com nossas fraquezas e não acumular culpas. Que o futuro talvez não chegue porque fizemos tudo errado no presente por termos nos tornado somente mais uma peça da grande engrenagem que se transformou o nosso massacrante cotidiano. 

O grande tesouro da vida é distribuído em abundancia diariamente, resta saber o quanto cada um está preparado para recebê-lo e dele fazer o melhor possível, e rezar para ter forças quando chegar a hora de abrir novamente as portas do tal calabouço. Ser generoso é um bom caminho, e a compreensão de que o outro não é e talvez nunca chegue a ser o que queremos, tendo a humildade de reconhecer que nós também não somos tão perfeitos quanto julgamos ser, aí talvez resida o grande segredo. Lembre-se que são: palavras, atos e omissões. Está na Bíblia desde sempre a receita básica.

Jaqueline da Maia 
Psicóloga Atende: Clínica, Institucional, 
Escolar, Palestras, Dependência Química, Workshop,Treinamentos. 
Telefone para contato: 51-96249444(Vivo)

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