terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ações da Gestão Ambiental buscam minimizar número de animais atropelados na BR-116

O processo de duplicação de rodovias é usualmente acompanhado por uma maior frequência de acidentes envolvendo a fauna. Isso acontece devido ao aumento do efeito barreira, ou seja, a área a ser transposta pelos animais. Nas obras da BR-116/RS, a mitigação deste impacto ocorre por meio de ações da Gestão Ambiental (STE S.A.) do empreendimento, as quais se baseiam nos dados obtidos com a realização das campanhas do Programa de Monitoramento e Controle de Atropelamento de Fauna. Durante a 8ª edição, realizada entre os dias 11 e 14 de novembro, a equipe percorreu os 211,22 quilômetros entre Guaíba e Pelotas levantando dados de atropelamentos da fauna local. 

Nesta campanha foi identificado um acréscimo no número de registros de tartarugas de água doce (cágados). A bióloga da Gestão Ambiental Sônia Huckembeck explica que esta incidência está relacionada à época de reprodução das espécies, cujo auge ocorre entre a primavera e o verão. Ainda que possam ficar por longos períodos na água, estes animais completam seu ciclo reprodutivo desovando em ambiente terrestre. Além disso, o deslocamento sobre a pista também está associado à presença de zonas úmidas contíguas às margens da rodovia.

Além das espécies de cágados, foi possível observar um aumento no número de atropelamentos de serpentes e anfíbios. “Muitas serpentes acabam sendo atropeladas, pois utilizam o substrato da rodovia para o aquecimento corpóreo, além de ocorrer o deslocamento em busca de lugares propícios para a reprodução. Com relação aos anfíbios, os atropelamentos também estão relacionados ao período reprodutivo e a fatores climáticos como, por exemplo, a ocorrência de chuva”, afirma Sônia.

Durante o monitoramento, também foi possível resgatar diversos animais que tentavam atravessar a estrada. A equipe alerta os motoristas para que, nos próximos meses, tenham cuidado com a presença mais intensa de diferentes espécies, em especial de anfíbios e répteis. Com base nos resultados obtidos por estas ações, o Dnit projetou a implantação de passagens de fauna em pontos específicos existentes no trecho, visando minimizar os índices de mortalidade e propiciar a travessia de forma segura.
(Foto: Amanda Montagna. Fonte: STE)

Um comentário:

  1. Boas colocações da bióloga Sônia Huckembeck, pena que estas ações mitigatórias ocorram apenas quando há a construção do novo eixo da rodovia. Após ser construída não haverá mais cuidado, bem como os passa-fauna, que tão logo estarão obstruídos por soterramento, principalmente os menores e não terão mais atenção. Sou formando em biologia, acredito que estas atitudes sejam importantes, só creio que pelo faturamento nesses projetos e dos pedágios, acredito que telas de contenção de vários tamanhos em ambos os lados seriam bem interessantes.

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