quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Religião: o sentido do Dia dos Finados

Por padre José Inácio Sant’Anna Messa 
pemessa@terra.com.br
Camaquã/RS

Estamos nos aproximando do Dia dos Finados. Já nesta semana muitas famílias vão limpar e até mesmo pintar os túmulos de seus familiares.

Desde os primeiros tempos da fé cristã, a Igreja - reconhecendo a comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo – cultivou, com grande piedade, a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios por eles. A oração pelos mortos é "não só útil, mas necessária", deixando votos de que "o pranto, devido ao afastamento terreno, não prevaleça sobre a certeza da ressurreição". 

A visita aos cemitérios, ao mesmo tempo que guarda os laços de afeto com aqueles que nos amaram nesta vida, recorda-nos que a vida, pela morte, não nos é tirada e, sim, transformada para recebermos o abraço definitivo de Deus Pai, no Céu. A oração do Prefácio nos diz “Em Cristo brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição. E, aos que, a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.

Na solenidade de Todos os Santos, a Liturgia nos convida a contemplar o amor infinito de Deus, que se reflete na vitória daqueles que já gozam de sua glória no céu. É o amor do Pai que nos chama a sermos seus filhos, nos entrega seu próprio Filho para redimir-nos com seu sangue purificador. Por isso, nos proclama felizes também quando sofremos alguma tribulação, porque n’Ele depositamos nossa esperança. Respondamos com generosidade e coerência a este dom, que foi derramado em nossos corações, sendo Santos como Deus é Santo, para que também em nós se manifeste sua glória".

Não esqueçamos o que o papa Francisco nos disse em Aparecida: “Conservemos a esperança, deixemo-nos surpreender por Deus, vivamos na alegria”. Na homilia da via-sacra no Rio de Janeiro ele disse: “Na cruz de Cristo está o sofrimento, o pecado e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossa cruzes e nos diz: Coragem, você não está sozinho. Na cruz de Cristo está o sofrimento, o pecado e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem. Você não está sozinho a levá-la. Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, vida (cf. Jo 3,16)”

E assim poderemos responder as perguntas feitas por ocasião da visita da cruz peregrina a todas Dioceses do Brasil (ela esteve aqui em Camaquã dia 04 de novembro de 2012) em preparação a Jornada Mundial da Juventude: O que vocês terão deixado na cruz? O que a cruz deixou nas pessoas que a tocaram? O que ela ensina para nossa vida? Deixa um bem que ninguém mais pode dar: a certeza do amor inabalável de Deus por nós. Um amor tão grande que entra em nosso pecado e o perdoa, entra em nosso sofrimento (o falecimento de um parente ou amigo é um dos tantos sofrimentos) e nos dá força para superá-lo, entra também na morte para derrotá-la e nos salvar. Na Cruz de Cristo, está todo o amor de Deus, sua imensa misericórdia. E este é um amor a que podemos nos fiar, no qual podemos crer. 

Não esqueçamos a frase de São Francisco: “É morrendo que nascemos para a vida eterna” baseada na colocação de Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai, senão por mim”. Nos empenhemos para que um dia possamos fazer parte da Pátria Trinitária, o Céu. Que assim seja! Amém!

Informe-se na sua comunidade horários de missas, oração do terço no cemitério onde você tem familiares sepultados.

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